Pequenos hábitos constroem quem somos
Pequenos, corriqueiros e muitas vezes mecânicos, os hábitos são práticas que usamos para organizar as nossas vidas. Você já percebeu como eles são poderosos?
Influenciam nossa forma de agir, pensar e sentir. Estão presentes nas nossas percepções, na forma como nos relacionamos, orientando comportamentos para que possamos ser parte integrante da sociedade. Hábitos educam e socializam.
Falando assim, parece até que se trata de um tipo de manual com um conjunto de regras, sem as quais ficamos sem direção.
Mas é isso mesmo! A diferença está no fato de que, ao contrário dos manuais, os hábitos podem ser transformados e, à medida que isso acontece, tudo em volta se transforma também, abrindo a possibilidade de novos direcionamentos. É o que acontece com a cultura que, embora sejam mantidas as raízes culturais, se transforma no tempo, renovando a sociedade. Dá para imaginar que tomar banho não era um hábito do passado?
Todo hábito implica um gesto, uma atitude, que tem início no interior de cada pessoa e se torna uma espécie de linguagem. Assim, nos conectamos com a realidade e atribuímos significado a todas as coisas, bem como às relações. O simples bom dia, o abraço que damos, o olhar que lançamos e até a forma como penteamos os cabelos traduzem o nosso estado de espírito, sentimentos e até a nossa visão de mundo, ainda que possam parecer absolutamente triviais.
Portanto, nossos hábitos sempre são carregados de duas realidades, uma interior e outra exterior. Constroem a nossa individualidade, formalizam a experiência coletiva, revelando quem somos e de onde somos. E se observarmos bem, veremos que se trata de um fluxo dinâmico e transformador, sobre o qual podemos agir, renovar, criar coisas novas e crescer. Quando mudamos nossos hábitos, fazemos a ponte entre o que somos e o que queremos ser.
Pequenos hábitos que adotamos são capazes de provocar as mudanças mais significativas, internamente e no meio em que vivemos. Podemos ser mais saudáveis se mudarmos nossos hábitos alimentares, podemos viver em um mundo menos poluído se criarmos o hábito de andar de bicicleta. O hábito de ler, ouvir música e dançar, desperta a nossa natureza interior, promove crescimento e sensibilidade; o hábito do autocuidado eleva a autoestima e assim por diante. Somos uma síntese de hábitos, assim como dotados da possibilidade de escolhas. Tudo depende de uma reflexão, do desejo de ser e buscar o que há de melhor e da atitude no sentido da mudança.